Cecília Meireles, pequena biografia

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Cecília Meireles, pequena biografia
Cecília Benevides de Carvalho Meireles

Cecília Benevides de Carvalho Meireles nasceu no Rio de janeiro em 7 de dezembro de 1901. Aí estudou as primeiras letras, diplomando-se em 1917 pela Escola Normal. Dois Anos depois publicaria o primeiro livro, 17 sonetos descritivos sobre os reis magos, o incêndio de Roma, Antonio e Cleopatra, Sansão e Dalila, Átila, produção que passaram justamente despercebidas (João Ribeiro diria, delicadamente, que “O defeito delas é serem poucas para o crítico, que necessitaria de mais amplo exame”), e que em nada revelam a poetisa que iria nos dar, mais tarde, os versos de Nunca Mais ...e Poema dos Poemas, embebidos de simbolismo, místicos e sensuais ao mesmo tempo, de uma simplicidade e de um despojamento formais que lembravam – na bela imagem de Amadeu Amaral – “uma pobreza austera de nave caiada”, mas sob a qual se ocultava dizia ainda o poeta de Névoa, “uma grande emoção, uma emoção profunda e central, dominante, obsessora, absorvente”.

Versos de ritmos livres, de inspiração, por assim dizer, oriental, onde a rima foi, quase sempre, abandonada conscientemente, mas que nem por isso deixam de ser intensamente musicais na sua estranha e grave melodia. E será essa, sem dúvida, das principais características desses poemas, reveladores de uma personalidade marcante, dotada de uma extraordinária sensibilidade lírica.

Concluindo seu estudo sobre Nunca Mais, e Poema dos Poemas, Amadeu Amaral indagava, depois de afirmar que Cecília Meireles trazia em si “massa de que se fazem os grandes poetas”, se ela queria produzir mais, desejava ir adiante, “crescer como lhe pede a seiva que se lhe adivinha”.

Os que conhecem a poesia contemporânea do Brasil sabem como produziu e cresceu Cecília Meireles: até ocupar um lugar entre os maiores poetas da língua portuguesa, dos quais é um, entroncando-se, como afirmava há alguns anos Vitorino Nemésio, na linhagem de Camões e de Antonio Nobre.

Seu livro Viagem - premiado pela Academia Brasileira em concurso ruidoso do qual foi relator Cassiano Ricardo – integrou-se entre os nossos modernistas e marca uma nova fase em sua poesia, confirmando plenamente as esperanças do cantor de Espumas.

Cecília Mireles lecionou literatura brasileira em Portugal e nos Estados Unidos, foi professora de literatura luso-brasileira na Universidade do Distrito Federal e lecionou e escreveu muito sobre educação e folclore.

Tradutora de Maeterlinck (Pélleas Et Mélisande), de Garcia Lorca (Bodas de Sangre, Yerma), de Virginia Woolf (Orlando), e muitos dos seus pomas foram vertidos para o espanhol, o francês, o inglês.