1900 - Operários italianos da fábrica de óleo das Indústrias Matarazzo: pobreza

Operários italianos da fábrica de óleo das Indústrias Matarazzo: pobreza e péssimas condições de vida

1900 - Operários italianos da fábrica de óleo das Indústrias Matarazzo: pobreza

A imigração italiana em larga escala data, em São Paulo, da décda de 1880, quando os fazendeiros começaram importando famílias de trabalhadores, sobretudo do Vêneto, para substituir seus escravos.

Chegaram 144 mil italianos na Província de São Paulo entre 1880 e 1889, e mais de 430 mil na década seguinte. 

Após 1902, as entradas caíram porque o governo italiano proibiu a imigração com passagem paga para São Paulo por causa dos maus-tratos a seus cidadãos nas fazendas.

Muitos imigrantes vênetos deixavam as fazendas, normalmente fugindo, para procurar condições melhores na Capital, se estabelecendo inicialmente na vizinhança das fábricas no Brás, no Bom Retiro, na Mooca e no Belenzinho, onde as condições de vida escandalizavam todos os observadores.

Num livro escrito em louvor aos industriais paulistas e dedicado a Antonio Álvares Penteado, o autor, Antonio Francisco Bandeira Junior, notou que "nem um conforto tem o proletariado nesta opulenta e formosa Capital...as casas são infectas, as ruas, na quase totalidade, não são calçadas, há falta de água para os mais necessários misteres, escassez de luz e de esgotos".

Mas os italianos dominaram os primeiros movimentos operários, as primeiras greves em São Paulo.

Nascia a Esquerda no Brasil, oficialmente.

Os empresários reagiriam mandando a polícia, resultando em mortes e uma verdadeira caça aos italianos. Gritos de "Morte à Itália" e "Se há alguma brasileiro aqui, saia! Queremos acabar com esta canalha de carcamanos!" foram feitos durante uma apresentação no Teatro São José, em benefício do Hospital Italiano por brasileiros indignados.